A improvisar rapinamente
não sentimos o tempo
por via alguma ou todavia
mais sério que a coruja
mavioso mais que a cotovia
antes que surja a coruja
que suja capôs de carros
antes que lhe encha de escarros
o velho cara de coruja
antes que a dita cuja corja
acorde os novos ditadores
antes de ver tudo de novo
imitemos do pescoço a coruja
fazendo inveja a muita gente
se não vir que veja de repente
uma ave que assovia
a improvisar rapinamente
no princípio era a frase
as palavras já eram sabidas
hoje improvisamos quartetos
logo serão completos sonetos
não invejamos Petrarca
muito menos Camões
nem queremos deixar as marcas
no mogno dos caixões
(Leandro Acácio e Sérgio L. Nastasi - Maio 2012)
Nenhum comentário:
Postar um comentário