domingo, 29 de abril de 2012

Poema à trois


Maria, Sérgio
o amor nos confunde
não em relação ao sexo
mas sim àquilo que funde
quem nos confundiria
Leandro, Maria,
o amor nos trança
assim, em poesia,
quem não trançaria
trança, quem não sabe
quem não conhece
mas bem poderia.
nessa onda de vento
não há saber no pensamento
mas quem saberia?
saber
só quem se arriscaria
na trança
no vento
ou na poesia.
versar,
pois assusta um canto lento.
Ao vento versar,
pois quem cantaria?
não nos basta saber que o amor é brisa
é mito
queremos beber da fonte
onde o verso é cantado aos gritos .
na apnéia de sentidos
sinestesia em vão
o que se sente são só os gritos
e os ecos que aí estão.
Mnemósine que nos leve,
mesmo não sendo a panaceia,
que entre pelos ouvidos
um verso breve da Odisseia.
não sei se surdo escuto essas cores
que vivas parecem dormindo
salvo em nossas retinas
salvo na mente zunindo
mas por hora só me lembro Telêmaco
Penélope e Argos latindo


(Maria Bianchini, Leandro Acácio e Sérgio Nastasi - Abril 2012) 

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