terça-feira, 14 de junho de 2011

Como escrever sobre o samba de Eduardo Gudin?



Como dizia Chico Buarque: "Na caixinha um novo amigo, vai bater um samba antigo pra você rememorar..." (Com açúcar e com afeto)


Não adianta falar de samba. Não adianta escrever sobre samba. Sim, sentimos e tentamos dizer ou escrever razoavelmente o que sentimos ao ouvir, por exemplo, Desperdício ou Choro do amor vivido, mas não conseguimos fazer isso. Em Desperdício, uma cuíca perpassa todo o instrumental de maneira a dramatizá-lo. A cuíca, ali, é o instrumento mais dramático da canção. Parece ter sido todo o "resto" desse samba que, em seu proveito, se armou. Armar um samba: era isso que queríamos dizer, se queremos ainda abraçar conceitos para designá-lo. Podemos marcar, antes de tudo, uma vontade de descrever o que se sente. Não é complicado entender o que as pessoas querem quando escrevem a respeito de um pintor, de um disco, de uma escultura. Mas e aquele momento específico, aquela virada que nego dá com a mão fazendo a cuíca dar um fino latido? Ninguém fala de trechos exatos; às vezes nem mesmo os músicos. Fala-se sobre as letras demasiado, faz-se delas grandes análises, porém nada dizem daquele sonoro agogô no finalzinho de Deixa teu mal e marcadamente em Sem jeito que, por sua vez, é bem levada por "espertos" tamborins. E a gente vai "ficando sem jeito demais" para combinar as letras e inventar uma literatura do samba. Aliás, como isso seria possível se dissemos que para isso "nada adianta"? Talvez sigamos o que recomendava o velho Chico, vamos apenas rememorar, simplesmente:

 http://www.4shared.com/audio/U8esHi--/06_Sem_Jeito.html

http://www.4shared.com/audio/N_F9r_4Q/07_Desperdicio.html

http://www.4shared.com/audio/gllXe6Lx/10_Choro_Do_Amor_Vivido.html

http://www.4shared.com/audio/iAPFOHHq/11_Deixa_Teu_Mal.html

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