segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Buraco



Não há poema que não sangre,



será que as ideias morreram?






Será que a tua boca é um buraco?

Ou apenas uma mentira para nos confundir?





Talvez eu não te zangue


Com um poema ruim






Vamos retomar o fôlego

Esquecendo o suor tenebroso

Por onde caminhamos sem fim





Vamos além da cratera



Dos nossos umbigos






Quem sabe uma esfera,

Um abrigo, outros perigos...





O olho que não enxerga

A cor azul,

O olho teu que nos vê

Assustados






O mesmo que se sente abusado


Por ver somente o que não convém



Vamos além dos braços suados



De novo e de novo


Estamos esgotados






Enquanto vamos pensando:

Para que nos torturar assim?









Outros que nos experimentem

O nosso rosto e a nossa mão,

Tudo o mais que surgiu





E que tudo se acabe com o perdão


De um pecado que jamais existiu





 (ANA BORM e Sérgio L. Nastasi - Janeiro 2011)



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