quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma Festa



 Fui andando pela noite
pelos pés sentindo
jamais pela mente só
quando me vi, deus embusteiro
era em mim uma noite, uma festa,
embrenhada floresta, imensa,
na alma: a infinita fauna de correr sem pressa
no mundo: impossível coisa que m’ interessasse...




Fui correndo com os tamancos dela
Pelos pés sentindo
Jamais pela rua clara
Mas pelas brechas e frestas subindo
Quando me vi, diabo dos calos
Em mim uma manhã, uma libélula
Embrenhei você na floresta inteira
No corpo: minha festa de correr, desfiles
No fundo: a vontade de morrer sem filhos



 Sobraram duas tetas de nêga
No final da festa
Quem cantou seresta
Não franziu as sobrancelhas





No triângulo, a quadrilha
Era a quintessência
Seis dos doze dançarinos
Tinham sete anos de folia
Vinte anos de ciência
E outros tantos de demência...


(Leandro Acácio e Sérgio L. Nastasi - Maio 2010)

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