O guarda-chuva é um objeto curioso, ele não é somente um conjunto de hastes ligadas num eixo, aliás, muito pelo contrário... Assim como os óculos me parecem ser olhos a mais, o guarda-chuva é quase um braço-plus, mas não chega a ser um (como também a lente não consegue ser um olho): ele precisa de um braço, da mão que bem aconchegue sua alça e, sobretudo, de uma cabeça para ser resguardada.
O sábio manejo de um paraguas é essencial. Uma leve inclinação de seu condutor à direita poderá causar um excessivo ou irritante gotejamento no ombro esquerdo, por exemplo.
Há algo de Cortázar, aqui. Ou de Murilo Rubião. Ou de Bachelard. Tive pena dos tristes morcegos ensopados.
ResponderExcluirAbs!