3. ABERTURAS PROPONENTES
Sabemos da dificuldade que há na ativação de aberturas proponentes em quaisquer tipos de tarefas filosóficas, embora isso não faça nenhum sentido, porque só existe tarefa filosófica se há, antes e ao menos, uma dessas aberturas. O que queremos dizer com abertura proponente e tarefa filosófica? Afinal, não é o que abordamos desde o início? E talvez tenha chegado o momento de abrigarmos sob o pano da escrita as nossas vontades, enfim, ligar de uma vez as nossas máquinas-desejantes — ao prazer...
Sabemos da dificuldade que há na ativação de aberturas proponentes em quaisquer tipos de tarefas filosóficas, embora isso não faça nenhum sentido, porque só existe tarefa filosófica se há, antes e ao menos, uma dessas aberturas. O que queremos dizer com abertura proponente e tarefa filosófica? Afinal, não é o que abordamos desde o início? E talvez tenha chegado o momento de abrigarmos sob o pano da escrita as nossas vontades, enfim, ligar de uma vez as nossas máquinas-desejantes — ao prazer...
Quando analisamos as tarefas propriamente ditas filosóficas: metafísica, hermenêutica e fenomenologia (como Gadamer nos contou), notamos simples movimentos, gatilhos falhos ou alarmes falsos. Mas, a partir desse enunciado, também se remodela a questão: o que é, ora, uma tarefa filosófica? Há um mote ‘propriamente dito’ filosófico? Ou melhor, qual assunto é tratado unicamente pela filosofia? Deixemos este caso em aberto, pois que é mais gostoso tratar do outro ponto — as aberturas proponentes...
Sim, porque a um só tempo podemos gritar com Quevedo: “Se não sempre entendidos, sempre abertos”. Talvez não haja abertura que não seja múltipla, ou que não se desdobre e possa se refazer; ela pode ser destruída, mas não é de sua natureza destruir-se, pelo contrário, a cada movimento seu campo é ampliado e a sua pluralidade pode ser enxergada a distância. É natural que a abertura seja múltipla porque permite a entrada de um sem número de propostas, e a saída destas, em compensação, faz nascer outra infinidade de aberturas, por isso o nosso estranhamento principal quanto a supostas impossibilidades nas atividades da filosofia (que grafamos tarefa), ou seja, se é de bom tom que os argumentos despontem da maneira mais livre e agradável em quaisquer desses discursos FI-LÓ-LÓS, por que esta mania de prender nossos urubus?
Quiçá não seja tão importante o que há lá fora, mas as nossas janelas ficam escancaradas.
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