MAMA LÁCTEA

 Textos Cínicos I

O que é captar? Captar é possível? Será este o mesmo problema do conhecimento? Mas, ora, que desperdício de tempo... Podemos falar de outra coisa, o que impede? Quem impede? Talvez uma necessidade de se manter sério: construir uma fala acadêmica e pomposa que ostente brasões metafíscos tão dourados que seu reflexo, por sua vez, nos cega fatalmente. Isso! Nunca mais veremos nada após contemplar tal insígnia, esta é a sensação terrível do desastre, puro desespero dos sujeitos que apenas pensam. E o leitor que chegou até aqui já entendeu o que queremos dizer. Provavelmente chegamos ao ponto exato. Sejamos sagitais! Sim, alcançamos um subjetivismo em sua plenitude quase indestrutível. (Deplorável). Experimentamos, então, mais um voo no vácuo. E agora, o leitor que nos acompanhou até aqui pensa ser este um texto incompreensível. Foda-se! É que provavelmente chegamos ao ponto exato: podemos nos apertar nas nervuras cerebrais, fibras ópticas, cabos de alimentação ou em fones de ouvido tamanho GG para, finalmente, ouvir, decompor, desencantar, foder, captar o Si, captar o dolorido Mim em carne viva.