quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fernando Pessoa... Eu? ou Mim?

Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. —
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...



Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu... 



(Pessoa, Álvaro de Campos)

Um comentário:

  1. Excelente poema, irmão.
    Faz um bom tempo que não leio FP e seus heterônimos!

    Acabei de baixar nosso texto. Creio que em pouco tempo ele conseguirá a robustez necessária, rs...

    Abraço,

    E.B.

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