Ainda que o corpo falhe, falarei
Na arte obscura da lei tu imaginas
Ou na pura canção que desafinas
E se comes, comes as rosas
Delas se delicia impunemente
Entre outras vaginas
Entre outras mil ferventes
Mulheres
Pergunto ao corpo: queres?
Jamais lhas amei!
Mas se o corpo mandar como rei
Além da mãe,
Além da filha
Ou mesmo aquela que trilha
Corpo que brilha num beliche
E cai dum sonho esquisito
Da velha rede mata-mosquito
Faz dos corpos sanduíches!
E morre de dor de barriga
Mas se sem pudor ferir o corpo
E vives, ainda que morto
Duma guerra sem fadiga
Duma chama aguerrida
Coma como o cume de cima da montanha
Dum fatal coma profundo nessa façanha
Cume
Cume
Cumes
Da cumeeira antiga de novos pássaros
Ainda que falte um deus
CRIAR
Ainda que faltem rosas no cume
Criá-las de origami
E deixe que o corpo ame
Ainda que faltem vaga-lumes
Ainda que veja Andaluza
Não ame o amor do reclame
Leandro Acácio e Sérgio L. Nastasi (Junho 2010-via MSN)
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