terça-feira, 28 de setembro de 2010

"É seu primeiro livro?..."


Há um ano terminei e publiquei meu primeiro romance. Reli diversas vezes e fiquei impressionado com alguma coisa aqui e ali daquela minha velha escrita, além, claro, dos vários erros de português que passaram desnotados por falta de uma revisão mais detalhada (micro-revisão).

É bem verdade que nunca gostei do seu enredo, o que me importava mostrar em O Ninho de Farpas era a palavra feminina, de modo forte e delicado, beirando a sensualidade, o Eros... A personagem Tânia, por exemplo, tomava com seriedade o risível (e ria das coisas sérias), gostava do fino trato, porém, isso não quer dizer que tratava bem os outros, pelo contrário, ela desprezava a todos. Foi interessante, nessas releituras, descobrir que construi uma personagem que aspirava ao Desprezo, saber que a personagem que eu fiz com tanta paixão era má sendo que esta não tinha sido a minha intenção. 

Muitas outras coisas também despontaram por elas mesmas, ou seja, sem que eu pudesse dar sinal e permitir que assim ocorresse. Seu Grinaldo, personagem senil, foi uma delas. Ele simplesmente fugiu da ideia original que era a de ser um senhor muito sério, provocador e conselheiro, ou melhor, que tivesse, ao contrário das outras personagens, a coragem e fala suficientes para mudar o rumo de Tânia. Mas, no fim, vejo Seu Grinaldo como um pseudo-Sócrates, sempre derrotado pelos seus interlocutores...
Se, enfim, O Ninho de Farpas "valeu a pena" ou valeu uma caneta estourada no bolso da minha melhor calça, tenho dúvidas. Entretanto, o bom foi ter me lançado sem velas e sem bússola, e eu ainda tenho de me tornar marinheiro.

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